Já desfiz e refiz tanta coisa... que dói menos a cada vez. E a ausência da dor, o vazio, ele é pior que dor.
As vezes choro porque não dói. Anais Nin dizia, chorei porque perdi minha dor e não estou acostumada com a sua ausência.
Isso faz-me ver, o quanto a vida é rápida, e se transforma de forma avassaladora.
Esse processo todo é rígido, e a transformação interna é que deixa marcas e dúvidas. Porque a marca é mais o apego do que se era e o medo de ser o que se é agora. Medo de mudar. Isso é que real. E tudo é tão veloz que um fluxo do meu pensamento já me transforma. O pensamento é uma ação...de fato. As arestas desses pensamentos me horrorizam por vezes. Porque eles me fazem ser radicalmente outra.
A cada passo eu sou uma nova mulher.A cada outro que sou...me dá a satisfação de ser única e muitas...
cada mulher e cada homem, são muitos, e cada vez que eu me encontro contigo, eu sou eu, eu sou você, eu sou a nossa geração e as passadas, eu sou infinitos signos, e sons, e imagens, e letras, e grunidos, e gemidos, de dor, de amor, de horror...
não existe nada que não possa ser construído...reconstruído...
e a dor é meu ponto de partida, é meu fio condutor de cognição profunda...
nada é só superficial, tudo tem como ser escavado...
e são em cada camadinha, eu cada atomo de cada camadinha, que se mergulha nessa imensidão que é SER...apenas SER alguma coisa a mais nesse mundo.
Tudo é muito maior, mais amplo, que do a visão de um SER...
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